sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mentiras, verdades e silêncio sobre a política de insegurança pública

Mentiras, verdades e silêncio sobre a política de insegurança pública Imprimir E-mail
Escrito por Givanildo Manoel (Giva)   
Quarta, 25 de Julho de 2012

Uma onda de violência em São Paulo. Entre a interpretação dada pela grande mídia e a vida cotidiana que segue na cidade, a população permanece afundada num campo de desinformação e reprodução do mais preconceituoso senso comum. Que a polícia militar é um pólo vivo e ativo da herança ditatorial, todos sabem. Que é uma das mais violentas do mundo, todos veem. Qual a novidade então? O que explica essa recente onda de violência e mortes nas periferias que já matou mais de 200 pessoas?

Há muitos anos que diversos grupos – como o Tribunal Popular, Comitê contra o genocídio da Juventude Negra, Rede contra Violência, Mães de Maio, Coletivo Merlino, entre outros – têm denunciado a violência do Estado contra a população pobre, em especial contra a juventude negra. Diversos foram os casos que tentaram levantar uma discussão séria e profunda sobre o modelo de segurança adotado em São Paulo e no Brasil.

Um caso emblemático e ao mesmo tempo típico é a do motoboy Eduardo Pinheiro dos Santos, assassinado na frente da mãe em abril de 2010. Os policiais o contiveram como suspeito, o julgaram como culpado e ali, sob os olhares desesperados da mãe, aplicaram-lhe a sentença de morte. Ele era negro, pobre e, portanto, suspeito e culpado – segundo a atual visão de segurança pública.

O problema é que não nos colocamos a pensar que política é essa, até porque por muitos anos essa ideologia entra cotidianamente em nossas vidas através dos programas sensacionalistas do mundo cão, como o Aqui e Agora, Programa do Ratinho, Datena e outros, ou das notícias que não passam de boletins de ocorrência escritos com outras palavras. Fomos sendo hipnotizados por uma falsa idéia de que era necessária uma política de segurança, que, para ser mais eficiente, poderia violar todos os nossos direitos, transferindo para o braço armado do Estado todos os desígnios das nossas vidas. A cada tiro no cidadão, um tiro em nossa já muito baleada Constituição.

O atual governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, quando assumiu seu primeiro mandato em 2001 reafirmou a mentalidade intervencionista, repressiva e autoritária baseada na doutrina de segurança pública dos Estados Unidos de guerra preventiva e permanente contra o terror. A política de “tolerância zero” é de guerra contra o inimigo interno, já que não estamos em guerra com outro país. Pra quem acha um exagero, já que se nomeia o atual regime que vivemos de democracia, até as estatísticas oficiais apontam que o inimigo interno é a população pobre e negra.

Evidentemente, essa política que teve suas bases constituídas no período da ditadura militar esmagou qualquer outro tipo de perspectiva de segurança pública a partir da amnésia e impunidade dos crimes cometidos naquela ainda recente época. Mas também pela naturalização de massacres e chacinas, como o do Carandiru, como um dos símbolos da transição desta política ditatorial para os tempos de democracia burguesa.

Com nova roupagem, essa ótica foi ampliada para os setores que também combateram a ditadura militar. O governo federal assumiu essa doutrina de segurança, adotando as UPPs como a expressão dessa capitulação à utilização do uso da força desmedida pelo Estado. A mídia pede e o exército volta, vez ou outra, a desfilar pelas ruas de diversas cidades.

O resultado é um desastre humanitário sem precedentes. O Brasil, ao longo de 10 anos, viveu um aumento de 576% de mortes violentas, foram mais de meio milhão de mortes e a ampliação de encarcerados no Brasil dobrou, indo para 500 mil. Hoje somos o terceiro país a mais encarcerar no mundo, perdendo só para a China e Estados Unidos.

O endurecimento da punição tem uma intencionalidade, como tem a intencionalidade essa política de insegurança pública que estrutura a violência estatal. É preciso que seja dito que a justificativa de guerra às drogas e a guerra à criminalidade é falsa, já que nesta estranha batalha, na imensa maioria, são os pobres que morrem. Uma guerra às drogas e à criminalidade que não atinge os mais poderosos setores envolvidos, muito ricos, não passa da mais escancarada guerra aos pobres. E não só pelas mortes, mas também pela política de encarceramento em massa, que caminha mais rápido para ser um meio de exploração da mão de obra precarizada e análoga à escravidão, travestindo essa exploração de beneficio para o restante da população. E dentro do sistema carcerário, sabe-se também que a tortura é corriqueira. Ou seja, estamos estruturando no Brasil um Estado penal.

Se por um lado a eficiência se viu no mínimo deficiente, por outro lado, a prática aponta que é um completo desastre. O aumento da população carcerária fortaleceu alguns grupos que passaram a ter poder na estrutura social dentro e fora das penitenciárias.

Mas qual é a motivação das mortes e repressão?

O primeiro desafio para alteração deste quadro talvez seja a superação da visão de que a postura de extrema repressão policial é apenas uma questão de desequilíbrio desses homens e mulheres ou de seus comandantes. De fato a extrema precarização do trabalho dos policiais e a orientação ideológica das corporações são fatores importantes. Mas é também a disputa para aplicação de um projeto de sociedade e de cidade que faz o Estado, por si só, optar por lançar mão de tal brutalidade.

Na cidade de São Paulo, o quase caricato prefeito Gilberto Kassab, como bom sucessor da gestão Serra, tomou diversas medidas em doses homeopáticas – mas muito dolorosas – que procuram um novo ordenamento geopolítico e imobiliário na cidade. A coleção de proibições visa expandir as fronteiras das áreas a serem exploradas pelo setor imobiliário.

O prefeito impôs uma política de higienização do centro da cidade, com os jatos de água diários nos moradores de rua, ameaça de proibição dos sopões, despejos de ocupações por moradia, expulsão dos vendedores ambulantes, ação repressiva na cracolândia e tantas outras.

Estranhamente, a cidade bate recordes de incêndios em favelas. Muitos obviamente criminosos (até porque se dão em terrenos em disputa), outros que, mesmo acidentais, facilitam do mesmo jeito que novos empreendimentos sejam construídos nestes locais, os valorizando. Isso tudo contribuiu, por exemplo, no aumento da população de moradores de rua, que dobrou nos anos do governo Serra-Kassab, somando mais de 20 mil pessoas, e para a disseminação de cracolândias por aí.

Mesmo os empreendimentos como viadutos, monotrilhos e grandes obras que teoricamente beneficiam a população acabam por despejar centenas de famílias, valorizar algumas regiões e substituir essas pessoas por outras com mais condições de consumidor de imóveis e outros bens. Isso se acirra ainda mais com a preparação da cidade para receber a Copa do Mundo. Por todo o país, mais famílias sofrem despejo, e enquanto a mídia teima em comemorar seus lucros com o evento as cidades servem de laboratório para uma nova estruturação, mas também para aplicação de um novo fôlego das políticas violentas de segurança.

Outras medidas, muitas vezes encaradas como transversais, também expressam essa tomada territorial. Desde a proibição dos artistas de rua, passando pela lei do Psiu e chegando até a ofensiva contra os saraus nas periferias, colocam sob a lei um modo de vida a ser seguido pela população. E a desigualdade também se encontra nesses fatos, já que isso na prática impede o acesso ao lazer e à cultura que, diante da vida massacrante de trabalho, têm sido espaços fundamentais de organização e resistência ao modelito neoliberal da cidade.

E é também por isso que se militariza tanto São Paulo. As tropas estão aí para abrir espaço e expandir as fronteiras da segregação social. Os prefeitos militarizaram 31 das 32 subprefeituras, colocando coronéis aposentados na gestão. A famigerada operação delegada, feita em um acordo ilegal com o governo do estado, contratou os serviços de mais de 4 mil policiais e agravou a violência utilizada pela Guarda Civil Metropolitana.

E qual a novidade?

Com a vitória da imposição desta lógica, se elevou também o patamar de relação do Estado com o chamado crime organizado. Como bem define o deputado estadual do PSOL-RJ Marcelo Freixo, só existe crime organizado se esse tiver relação e proteção do Estado.

O que assistimos neste momento com a recente onda de mortes praticadas por policiais no estado de São Paulo nos leva a crer que há uma dificuldade desses setores administrarem a sua própria política de aliança com setores que alegam combater. Diferente do que o senso comum impregna, aparentemente, não se trata de um conflito entre Estado versus crime, mas de um desacerto na aliança estabelecida entre esses dois atores. Ambos criminosos.

Já é de conhecimento público as investigações de envolvimento de policiais em assaltos a caixas eletrônicos, condomínios de luxo e outras práticas de corrupção. Mas isso ainda é encarado como um problema meramente moral e como fatos isolados de um setor contaminado da polícia.

A inexplicável ação da ROTA na zona leste de São Paulo, matando seis pessoas, e a morte de seis policias, em sua maioria em bico, desencadearam uma série de mortes assumidas ou não pela polícia. Estas não foram medidas tomadas somente pelos policias armados ou pelo seu comando militar, mas sim através da autorização do governador e do secretário de Segurança Publica. Sem que nenhuma morte fosse explicada para a população e em defesa de uma certa "normalidade", foi dada autorização para que a polícia utilizasse toda a força necessária, incluindo a ação de forma ilegal pelo não uso de fardas. Sim, policiais estão matando com e sem fardas, com autorização do governo. Na prática, se aproximam de uma espécie de grupo de extermínio legalizado.

Neste exato momento é a polícia quem está decretando toque de recolher em diversas regiões da cidade. Em menos de um mês foram contabilizada cerca de 200 mortes! Enquanto são registradas como “resistência seguida de morte”, supostamente investigadas pela Polícia Civil, mas quase sempre engavetadas pela Secretaria de Segurança Pública, a população vive sob o tiroteio da desinformação.

Mais uma vez, durante o período eleitoral, a política é de terror à população. E dessa forma tentam convencer que para proteção da propriedade privada vale tudo. Aos poucos a grande mídia vai repetindo a retórica do medo: “imaginem uma cidade sem polícia, seria o caos”. Na contramão disso estão ações isoladas, como a declaração da mãe de Ricardo Aquino, publicitário morto em Pinheiros, que desejou “que sua morte não tenha sido em vão”, além de responsabilizar a política de segurança como um todo.

O que está posto para o povo de São Paulo é que essa lógica faliu, aliás, já nasceu falida, pois a verdadeira política de segurança capaz de enfrentar a violência se dá pelo combate à desigualdade social com saúde, educação, lazer, esporte, cultura, emprego e moradia bons e públicos. De imediato, é preciso que a população organize sua indignação contra essas mortes, pela abertura de uma CPI para investigar a polícia, desmilitarização da polícia e pela construção de uma segurança controlada pelo próprio povo.

O período eleitoral precisa ser usado como forma de rejeição aos candidatos e partidos que estão aplicando à bala esse reordenamento da cidade, mas também aos que, em nome da governabilidade e de um tempinho de televisão, se alinham com Malufs da vida, protagonista central neste pensamento conservador de segurança pública. É preciso dar um grito, nas ruas e nas urnas, a favor da vida da classe trabalhadora, antes que a polícia e essa política agridam ainda mais nossa sangrenta democracia.

Givanildo Manoel (“Giva”) é militante de direitos humanos, do Tribunal Popular e membro do PSOL.

7 são mortos no Jaçanã; um dia antes, Rota mandou população ficar em casa

7 são mortos no Jaçanã; um dia antes, Rota mandou população ficar em casa

27 de julho de 2012 | 3h 03

BRUNO PAES MANSO, RICARDO VALOTA - O Estado de S.Paulo
Em apenas quatro horas, das 21h30 de quarta-feira à 1h30 de ontem, sete pessoas foram assassinadas em três locais da zona norte, em um raio de 1,5 km, na região do Jaçanã. O primeiro caso foi uma chacina com quatro mortos. O local do crime, a Rua do Morro do Livramento, na Vila Nova Galvão, fica a menos de 200 metros do lugar onde um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foi baleado com três tiros de fuzil dois dias antes.
A chacina aconteceu depois que quatro homens encapuzados entraram atirando no Lava-Rápido do Césinha, no momento em que um grupo jogava baralho. O local, que funciona há pelo menos sete anos, é usado como estacionamento para funcionários do posto de saúde vizinho. O dono do estabelecimento, César Conceição Lopes, de 44 anos, seu funcionário Isaque Pereira Lima, de 20, e Leonardo Pereira Oliveira, de 17, que morava perto do local do crime, morreram na hora. O comerciante Dercy Guilhermino Marques, que vendia batatas fritas nas ruas do bairro, morreu ontem. Carros da PM socorreram Isaque e Leonardo. Os demais foram levados pelos vizinhos para hospitais. Nenhum dos quatro tinha antecedentes criminais.
Na terça e na quarta-feira, segundo moradores, pelo menos seis viaturas da Rota circularam pela área pedindo informações sobre o atentado ao soldado Anderson Andrade de Sales na segunda-feira. O policial sobreviveu.
Moradora há 50 anos da Vila Nova Galvão, uma senhora, que pediu para não ser identificada, contou que até mulheres foram abordadas para passar informações a respeito dos autores do atentado. Nas abordagens, segundo um jovem revistado pelos policiais, moradores eram informados de que não deveriam ficar na rua depois das 20 horas.
Vizinhos do estacionamento disseram que viaturas da Rota estiveram duas vezes no local antes da chacina. "Os tiros foram durante a novela (das 21h). Tivemos de pular no chão para não ser atingidos dentro de casa. Há anos não ouvíamos notícia de violência no bairro", disse uma vizinha.
'Biqueira'. No segundo caso, por volta da 1 hora, Daniel Silva de Melo, de 21 anos, morreu em uma viela com dois tiros. Ele estava na Rua Águas de Chapecó e tinha antecedente criminal por tráfico. Segundo o PM que depôs na delegacia, o lugar era uma "biqueira" que vendia drogas.
No terceiro caso, 30 minutos depois, novamente duas motos com dois homens mascarados atingiram mais dois jovens: Igor Góes, que era órfão e havia se mudado para o bairro para morar com os avós, e Lucas, que não teve o sobrenome revelado e no bairro era conhecido como Aliado. Eles não tinham passagem pela polícia e morreram na hora.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Menores realizam tumulto na Fundação Casa

Menores realizam tumulto na Fundação Casa

Incidente aconteceu na noite de segunda-feira, na unidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo

Quarenta internos da Fundação Casa fizeram monitores reféns durante rebelião, na noite de segunda-feira. O incidente aconteceu na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo.

O caso ocorreu por volta de 21h. Os presos renderam dois funcionários quando retornavam aos quartos após a janta. Eles colocaram fogo nos colchões e quebraram cadeiras e mesas.

Após negociação, os menores liberaram os reféns e deram fim ao tumulto, por volta de 23h. Segundo a Assessoria de Imprensa da Fundação Casa, os menores não fizeram reinvindicações. A Corregedoria vai apurar as causas do tumulto.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A ASSOCIAÇÃO AMPARAR denuncia mais um ato de tortura NA FUNDAÇÃO CASA/FEBEM UI28-JATOBÁ, RAPOSO TAVARES

A ASSOCIAÇÃO AMPARAR denuncia mais um ato de tortura NA FUNDAÇÃO CASA/FEBEM UI28-JATOBÁ, RAPOSO TAVARES

Segundo relato de familiares, na última quarta feira, dia 11/07/12, mais uma vez o Grupo de Apoio entrou na Unidade Raposo Tavares e agrediu brutalmente os adolescentes. Os familiares afirmam que os adolescentes apanharam muito na cabeça e 6 adolescentes foram encaminhados para o Pronto Socorro e estão com vários pontos da cabeça.

A situação está insustentável e consideramos de extrema urgência uma investigação nesta Unidade que viola de forma constante o direito dos adolescentes e seus familiares.


A ASSOCIAÇÃO AMPARAR RECEBEU ESTA DENÚNCIAS ESCRITAS PELOS PRÓPRIOS ADOLESCENTES.

SEGUE A CARTA DOS ADOLESCENTES DA UI – 28.



“Mas uma vez nos adolescentes da casa Jatobá UI-28 complexo Raposo Tavares nos reunimos para escrever esta carta relatando a práticas de maus tratos que vem sendo feita pelo diretor novo Fábio Ferreira e a sua equipe de coordenadores que não estão fornecendo aquilo que é de direito dos adolescentes, e quando nossos requerimentos foi reclamado os mesmos fizeram descaso, e a precariedade continua por negligencia da direção e do corpo funcional. Não sei como que pode coordenador torturador da casa, queria ser promovido e assumir a direção da casa Jatobá, a onde que em menos de um mês a direção já nos oprimiu fisicamente e psicologicamente com suas ameaças de que ele mesmo irá abrir a cabeça de cada um e deixará uma cicatriz que segundo o mesmo é para quando olharmos no espelho lembrar de que foi ele quem fez. O mesmo também ordenou aos membros do corpo funcional que o banho dos 35 adolescentes de uma ala tem que chegar ao término no tempo de 60 minutos, segundo o mesmo ele e seu corpo funcional chegaram nesta conclusão devido a preservação do meio ambiente, mas a questão é que o tempo que foi estabelecido por eles é tempo o suficiente para que poucos quartos tomem banho, e os outros muitos fiquem sem fazer a sua higienização corporal, isso porque ao passar os 59 minutos a água é desligada mesmo não tendo feito a higienização corporal de todos. Não entendemos falaram que iriam chegar uma direção capacitada e interessada em nos reeducar, mas não sabemos o que acontece que novamente tem um torturador na direção da unidade, um homem que tem sua trajetória na Fundação Casa, denuncias e processos que segundo nossos conhecimentos  ainda estão em andamento, queremos saber como um homem que ainda responde por práticas de maus tratos é promovido e assume um cargo de diretor.
As imagens que foram feitas pelas câmaras que filmam o andamento da unidade comprovam que no dia 27/04 /2012 o diretor entrou agredindo alguns adolescentes e insultando outros com palavras de baixo escalão, este homem ainda ficou incentivando a violência falando para que os adolescentes viessem para cima dele para que gera-se tumulto e para que o grupo de apoio entrasse na unidade e nos tortura-se junto com ele.
Já mudaram a direção da unidade, mas não mudaram as práticas de tortura, as ameaças, a negligência médica, a falta de produtos para higienização dos ambientes da unidade, falta de produto para higienização corporal, encanamento de esgoto no ambiente onde nos alimentamos, a qualidade dos agasalhos é péssima e não nos protege do frio, que nesta época do ano é mais intenso, também não mudaram a equipe de coordenadores que são praticantes dos maus tratos e que também aproveitam da entrada do grupo para aumentar a pratica de suas torturas usando cacetetes e escudos dos agentes do grupo de apoio, quando perguntado para o diretor Fábio Ferreira o por que de tanta hostilidade, o mesmo diz ter aval da presidente da Fundação Casa, D. Berenice para entrar com o grupo de apoio para nos torturar quantas vezes quiser também menciona ter o apoio da ouvidoria e da corregedoria da Fundação Casa e diz que mesmo se nós e a nossa família reclamar, não iram acreditar  em nós porque todos o conhecem, mas se os órgãos competentes o conhecem por que o colocaram na direção, sabendo que o Fabio Ferreira é torturador desumano e totalmente a favor da violência, se de fato isso que estamos submetidos fosse uma medida sócio-educativa, não estaríamos todos os dias sofrendo com a constante pressão física e psicológica. Desde que Fábio Ferreira assumiu a direção da unidade os adolescente não tem paz nem mesmo conseguem dormir direito, por favor, esperamos providências, pois sabemos que tem pessoas justas e lícitas neste mundo e é dessas pessoas que pedimos a atenção e a presença para vejam de perto nossos requerimentos e a precariedade do tratamento nos oferecem, queremos que visitem a unidade e tomem providência”.


É importante que possamos garantir que estas denuncias possam ser escutadas em todos os cantos e que as providências sejam tomadas para acabar com a tortura,  maus tratos  e ameaças.

Associação Amparar

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Presídio californiano usa jaula para terapias e até câmara de gás

Presídio californiano usa jaula para terapias e até câmara de gás

Fotógrafa registrou o interior da prisão de San Quentin, onde alguns presos são mantidos em jaulas de segregação

http://www.meionorte.com/noticias/internacional/presidio-californiano-usa-jaula-para-terapias-e-ate-camara-de-gas-173323.html
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11-07-2012 13:44
Prisão usa jaulas para tratamento Prisão usa jaulas para tratamento (Foto Reprodução)
Em jaulas individuais, presidiários em regime de segregação administrativa participam de terapia de grupo na ala hospitalar da prisão de San Quentin. O presídio mais antigo da Califórnia é o único do estado que possui uma câmara de gás para execuções.

As jaulas individuais são usadas para presos perigosos e para evitar a ação de gangues dentro dos presídios.

A câmara de gás do presídio de San Quentin, única em todo o estado da Califórnia.
Presídio californiano usa jaula para terapias e até câmara de gásPresídio californiano usa jaula para terapias e até câmara de gásPresídio californiano usa jaula para terapias e até câmara de gás

quarta-feira, 11 de julho de 2012

11/07/2012 - 14h49

Entidades fazem protesto contra violência policial em SP

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Trinta e nove entidades de defesa dos direitos humanos, civis e trabalhistas promoverão hoje, às 17h, um protesto contra a violência policial no Estado de São Paulo.
Após ataques, PM diz que blindará bases em SP
Polícia prende suspeito de matar ex-PM no Guarujá
Mortes cometidas por policiais da Rota sobem 45%
Chamado de "Fim da Violência Policial contra a Juventude Pobre e Negra", o evento acontecerá no vão-livre do Masp, na avenida Paulista, região central de São Paulo.
Durante a concentração no Masp acontecerão apresentações de hip-hop, saraus e peças teatrais, segundo os organizadores do protesto.
Outro objetivo do evento é protestar contra a onda de violência ocorrida mês passado na região metropolitana de São Paulo, principalmente nas zonas leste e sul da capital.
Na segunda quinzena de junho, após a morte de sete PMs (todos de folga) em crimes com características de homicídios encomendados, 15 ônibus incendiados e cinco bases da PM atacadas, os homicídios subiram 50% na região metropolitana quando comparados com todo o mês junho de 2011.
Durante junho de 2011, 83 pessoas foram mortas na capital. Apenas na segunda quinzena do mês passado, pelo menos 127 pessoas foram mortas na cidade de São Paulo --aumento de 53%.

Editoria de Arte/Folhapress
A onda de violência foi iniciada após as mortes de três dos sete PMs, todas na zona leste da capital, no meio de junho.
As mortes aumentaram ainda mais nos fins de semana de junho, quando os homicídios na capital triplicaram. Vinte e nove pessoas foram assassinadas entre as 20h de 22 de junho (sexta-feira) até as 8h do dia 25 (segunda). No primeiro fim de semana do mês passado, foram nove mortos.
Setores de inteligência das polícias investigam se as mortes de PMs e civis na Grande São Paulo, no mês passado, são consequência de uma guerra entre quadrilhas de traficantes, policiais militares ou se foram encomendadas por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A ação do PCC contra os sete PMs mortos, de acordo com as investigações, pode ter sido um contra-ataque à operação da Rota (espécie de tropa especial da Polícia Militar) que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um chefe do grupo para uma prisão com normas mais rígidas.
LETALIDADE POLICIAL
De acordo com levantamento feito pela Folha na base de dados da Corregedoria da Polícia Militar, a letalidade policial em São Paulo subiu 4,5% neste ano.
Foram 268 mortos por PMs entre janeiro e maio de 2012; no mesmo período de 2011, 256. São os chamados casos de "resistência [à prisão] seguida de morte" somados aos homicídios dolosos cometidos por PMs no trabalho ou de folga.
Neste ano (janeiro a maio), a cada dia, PMs mataram 1,7 pessoa no Estado de São Paulo; em 2011, a média diária era de 1,6.


SP: Fundação Casa tem três motins em 6 dias


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Atualizado em quarta-feira, 11 de julho de 2012 - 09h31

SP: Fundação Casa tem três motins em 6 dias

Adolescentes destruíram um banheiro e a biblioteca da unidade. Quatro funcionários foram feitos reféns
Na unidade de Itanhaém, internos fazem quatro funcionários reféns / Fred Casagrande/ Metro Santos Na unidade de Itanhaém, internos fazem quatro funcionários reféns Fred Casagrande/ Metro Santos Em seis dias, três unidades da Fundação Casa, antiga Febem, registraram tumultos. O último caso foi na noite de segunda-feira, em uma unidade de Itanhaém, litoral de São Paulo, quando internos fizeram quatro funcionários reféns.

A confusão começou após um desentendimento entre os menores por volta das 22h30. Parte dos 56 adolescentes atendidos no centro participou do ato de indisciplina enquanto eram levados aos dormitórios.

Os adolescentes destruíram um banheiro e a biblioteca da unidade. Quatro funcionários foram feitos reféns. Uma das monitoras passou mal e foi socorrida por uma equipe do Samu. A unidade tem capacidade para 56 internos e estava com a capacidade máxima durante o tumulto.

Em nota, a Fundação Casa afirma que a corregedoria da instituição instaurou uma sindicância para apurar o movimento de indisciplina que aconteceu na noite de segunda-feira. Já no último sábado, 18 adolescentes fugiram da unidade da Praia Grande. Desses, 15 ainda estão foragidos, de acordo com a Fundação Casa.

Os primeiros tumultos começaram no ABC. Na última quinta-feira, dois motins foram registrados na unidade de São Bernardo. No primeiro, 50 internos do prédio quebraram salas e se rebelaram. Em seguida adolescentes internados no prédio quebraram portas e retirarem os colchões dos quartos.

Os internos pediam melhores condições de abrigo e o fim dos supostos maus-tratos praticados por funcionários.

domingo, 8 de julho de 2012

Internos fogem da Fundação Casa de Praia Grande, SP


08/07/2012 10h03 - Atualizado em 08/07/2012 10h40

19 jovens participaram da ação e 16 continuam foragidos.
Um menor foi baleado e dois foram recapturados.

Do G1 Santos
3 comentários
Internos da Fundação Casa (antiga Febem) de Praia Grande, no litoral de São Paulo, renderam dois funcionários em uma tentativa de fuga na noite deste sábado (7). Dos 19 jovens que tentaram escapar, 16 continuam foragidos e um foi baleado. O centro abriga 56 jovens. A assessoria de imprensa disse que será aberto uma sindicância para apurar os fatos.

A ação aconteceu na Casa 2 da unidade do Jardim Esmeralda por volta das 20h30. Um grupo de internos seguia em direção aos dormitórios quando, sem armas, renderam dois funcionários. Os jovens usaram a mangueira do hidrante para estourar a porta que dá acesso a uma área externa. Os adolescentes fugiram pulando o muro e o alambrado.

Segundo informações das polícias civil e militar, 16 jovens ainda estão foragidos, sendo 12 menores e quatro maiores de idade. Entre os que foram recapturados, um já completou 18 anos e outro ainda é menor. Os jovens podem ser atendidos na Fundação CASA até os 21 anos incompletos, e o judiciário é quem os libera após uma avaliação. No momento da fuga havia 56 adolescentes no local, que é a capacidade máxima.

Segundo o corregedor da Fundação Casa Jadir Pires de Borba, o menor baleado estava sobre o alambrado tentando pular para a rua quando foi atingido e não conseguiu fugir. Em depoimento no hospital, o menor disse que foi atingido quando estava na escada interna da unidade, de acordo com uma delegada que participou da ocorrência. Os agentes socioeducativos não podem usar arma, e os policiais militares não entraram na unidade, fizeram apenas o cerco do lado de fora.

O menor levou um tiro de raspão embaixo do tórax e foi encaminhado para o Hospital Irmã Dulce. O jovem continua internado, mas o estado não é grave e ele passa bem.

Em nota, a assessoria de imprensa da Fundação Casa disse que será aberta uma sindicância para apurar o motivo da fuga dos adolescentes.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Mortes cometidas por policiais da Rota sobem 45% em SP

05/07/2012 - 05h30

Mortes cometidas por policiais da Rota sobem 45% em SP 

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1115314-mortes-cometidas-por-policiais-da-rota-sobem-45-em-sp.shtml

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Policiais militares da Rota, espécie de grupo especial da PM de São Paulo, mataram 45% mais neste ano do que entre janeiro e maio de 2011.
É o que revela análise da Folha feita com os dados de letalidade policial da Corregedoria da Polícia Militar.
Nos cinco primeiros meses de 2011 foram 31 mortes. Em igual período deste ano, 45.
Quando a comparação dos cinco primeiros meses deste ano é feita com o mesmo período de 2010 (quando foram registradas 22 mortes), o aumento é ainda maior: 104,5%.
"O cenário mais grave para a segurança pública não é apenas quando o crime se exacerba, mas quando a própria polícia atua de forma descontrolada e ilegal", diz a cientista social Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, no Rio.
"Há fortes indicações de que existem grupos autônomos na polícia, que respondem por conta própria às dinâmicas que encontram nas ruas", afirma.
O tenente-coronel Salvador Modesto Madia, chefe da Rota desde novembro, diz "não se importar com números, mas, sim, com a legalidade dessas mortes" (leia abaixo).
Maio deste ano foi o mês em que a Rota mais matou em São Paulo. Foram 17 mortos.
Seis delas ocorreram numa operação que, segundo a polícia, visava prender suspeitos de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Cinco dessas mortes foram no estacionamento de um bar. A sexta foi cometida pelo sargento Carlos Aurélio Nogueira, 42, o soldado Marcos Aparecido da Silva, 37, e o cabo Levi Cosme da Silva Júnior, 34, na rodovia Ayrton Senna, a cerca de quatro quilômetros.
Segundo a Polícia Civil e a Corregedoria da PM, Anderson Minhano, 31, foi preso pelos três PMs, levado para a rodovia e torturado antes de ser morto com tiros. Os três PMs foram presos pelo homicídio.
Após as seis mortes, sete PMs foram assassinados (entre 13 e 30 de junho) em crimes com características de terem sido encomendados. Para setores de inteligência da polícia, as mortes dos PMs são uma retaliação. Desde então, 15 ônibus foram queimados e bases da PM, atacadas.

Editoria de Arte/Folhapress
OUTRO LADO
Ao ser questionado anteontem sobre as mortes cometidas pela Rota, o tenente-coronel Salvador Modesto Madia, chefe do grupo, afirmou "não me importo com números, mas, sim, com a legalidade dessas mortes".
Após fazer a afirmação, o tenente-coronel disse estar disposto a falar com a Folha sobre a letalidade da Rota, mas que a conversa dependia da autorização do Comando-Geral da PM que, por sua vez, não permitiu a entrevista.
Madia é um dos réus pelas mortes de 111 presos no Carandiru, em 1992, e um dos homens de confiança de Antonio Ferreira Pinto, secretário da Segurança Pública.
O delegado Jorge Carrasco, chefe do departamento de homicídios, não quis comentar.

Atos de tortura estão disseminados no Brasil, diz ONU

Carta Capital

Em presídios e casas psiquiátricas

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/atos-de-tortura-estao-disseminados-no-brasil-diz-onu/

05.07.2012 11:14

Atos de tortura estão disseminados no Brasil, diz ONU

Em relatório, Nações Unidas aponta negligência no atendimento médico a detentos. Foto: Adenilson Nunes/Governo da Bahia
O Brasil foi duramente criticado em um relatório do Subcomitê de Prevenção à Tortura (SPT) das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira 4, por não avançar na solução de problemas já apresentados pela ONU. Após vistorias em setembro de 2011 em delegacias, presídios, centros de detenção juvenil e instituições psiquiátricas no Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, o SPT apontou que a impunidade por atos de tortura “está disseminada” e decorre do “fracasso generalizado em levar-se os criminosos à Justiça”. Além disso, foram registrados casos graves de corrupção e pouca autonomia para realização de exames forenses.
O relatório aponta casos de pagamento de suborno de 10 mil reais por detentos a policiais para serem libertados, roubo de provas por policiais e “compra” por detentos de banhos de sol. Houve registro de pessoas presas em delegacias que pagaram suborno para serem transferidas a instalações de detenção pré-julgamento. Para evitar isso, o SPT sugere a implementação de uma política firme contra a corrupção, o treinamento de policiais e agentes penitenciários e a revisão dos salários.
As críticas também atingiram os institutos de medicina forense. O Subcomitê destacou que o fato destas instituições serem subordinada às Secretarias de Segurança Pública dos Estados – que controlam a polícia – pode prejudicar a independência dos profissionais forenses na realização de exames médicos ou análise de um detento que sofreu maus-tratos ou tortura.
O atendimento médico aos detidos também foi apontado como falho, devido à falta de recursos financeiros, materiais e a subordinação dos serviços de saúde aos de segurança. A ONU identificou que nas delegacias de polícia não havia acesso a médicos, e nas prisões o atendimento ocorria com grandes atrasos. “Não havia funcionários médicos à noite ou nos fins de semana. A equipe médica era insuficiente e incluía detentos não qualificados para prestar serviços médicos. Em uma prisão visitada, havia somente um médico presente, uma vez por semana, para atender mais de 3 mil prisioneiros”, destaca o relatório. Uma situação que, segundo o SPT, gera casos de presos com doenças crônicas graves, membros quebrados ou outros ferimentos sem tratamento.
Sem informação sobre direitos
De acordo com o Subcomitê da ONU, muitos entrevistados afirmaram não ter sido devidamente informados sobre seus direitos no momento da prisão. Houve diversos casos em que os detidos não puderam informar, por longos períodos de tempo, a uma pessoa de sua escolha sobre sua detenção. Ainda no âmbito do acesso à Justiça, o órgão identificou que, apesar de a assistência jurídica ser gratuita para quem não pode pagar, ela não é disponibilizada a todos que necessitam. O problema seria a falta de autonomia institucional e recursos humanos.
Para o SPT, a definição de tortura na legislação brasileira e as salvaguardas jurídicas existentes estão dentro dos padrões internacionais. Por outro lado, existe uma lacuna entre o aparato jurídico e sua aplicação na prática, “uma vez que a maioria das garantias e dos direitos dispostos na legislação nacional são amplamente ignorados”, diz o documento. Isso inclui o comportamento de juízes, que “raramente perguntarem aos detentos sobre o tratamento recebido ao longo das investigações”. Por isso, o órgão pediu que os magistrados recusem confissões quando houver motivos para crer que elas tenham ocorrido por tortura.
O SPT criticou a superlotação das instituições policiais e considerou que submeter detentos a situações de superlotação extrema “constitui uma forma severa de maus-tratos”. Além disso, mostrou preocupação com a separação de detentos em quase todos os presídios visitados em instalações ou alas com base na facção criminosa a que eram filiados. “A prática de forçar novos prisioneiros que nunca pertenceram a nenhuma gangue a escolher uma ao ingressar no sistema penitenciário é cruel e leva ao inchaço das gangues.” A alocação em uma cela ou ala deve ser baseada em critérios objetivos, diz o relatório.
Também foram identificados casos de tortura e maus-tratos cometidos pelas polícias Civil e Militar. Entre as alegações estão: ameaças, chutes e socos na cabeça e no corpo e golpes com cassetetes.
Crianças e adolescentes
O SPT destacou negativamente que a privação de liberdade de crianças e adolescentes não era utilizada como último recurso, indo contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As instituições nas quais as crianças e adolescentes eram mantidos foram vistas como semelhantes às prisões comuns para adultos. Além disso, o Subcomitê criticou a falta de ênfase na dimensão socioeducativa do sistema juvenil e o pouco apoio para permitir a reintegração destes jovens.
O Brasil tem seis meses para responder os questionamentos do SPT.

Motim na Fundação Casa deixa 3 feridos

quinta-feira, 5 de julho de 2012 7:00

Motim na Fundação Casa deixa 3 feridos
http://www.dgabc.com.br/News/5967234/motim-na-fundacao-casa-deixa-3-feridos.aspx

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC

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Três funcionários da Fundação Casa de São Bernardo ficaram feridos ontem durante princípio de rebelião envolvendo os internos, durante o horário de almoço, no prédio 2 da instituição. Os adolescentes alegam sofrer maus-tratos por parte dos monitores e também reclamam da superlotação do local. As acusações foram negadas pela administração da unidade.
Por volta das 12h, os jovens infratores começaram a quebrar mesas e cadeiras do refeitório após discussão com funcionários. Segundo integrantes da Fundação Criança de São Bernardo, que faziam visita de rotina ao prédio, as salas de estudo, dos computadores e da administração foram completamente destruídas.
Trabalhadores de prédio vizinho contaram terem visto fumaça, mas a Fundação Casa nega que tenha ocorrido incêndio. Bombeiros, Polícia Militar e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionados. O diretor responsável pela unidade, João Carlos do Espírito Santo, disse ter conseguido conter o motim apenas conversando com os internos durante uma hora e meia. “Foi tudo muito rápido, mas conseguimos resolver”, disse.
“De fato, eles agiram bem na conversa e evitaram um tumulto ainda maior”, avaliou André Alcântara, assessor jurídico e coordenador do Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente) da Fundação Criança. Ele conta que esteve no local há cerca de um mês e o clima já era tenso dentro da instituição devido às acusações de que os adolescentes apanhavam com tapas no rosto em caso de indisciplina.
Santo negou as acusações e diz que a corregedoria do governo irá apurar as denúncias. “Espero que o pessoal possa realmente averiguar essas informações e adotar as medidas disciplinares adequadas para evitar que isso volte a acontecer”, completou Alcântara.
Sem se mostrarem dispostos a levar a revolta adiante, os menores seguiram a orientação da diretoria e seguiram para a quadra de esportes, onde se entregaram. Segundo estimativa de Alcântara, apenas sete dos 64 internos (a capacidade é para 56 garotos) do prédio 2 não participaram do motim. A unidade vizinha, de mesmo porte, seguiu normalmente suas atividades, segundo Santo.
Os três funcionários tinham ferimentos leves na região da testa e braços, receberam atendimento médico no local e foram liberados. Alcântara disse que voltaria ao local hoje para avaliar melhor a condição dos adolescentes, a maioria deles de São Bernardo, Mauá e Santo André.

Crise pode continuar, aponta advogado

Reportagens publicadas pelo Diário em junho alertavam que a superlotação das unidades de internação da Fundação Casa na região – duas em São Bernardo e uma em Mauá – poderia acarretar problemas como os registrados ontem.
O diretor das unidades de São Bernardo. João Carlos do Espírito Santo, diz que o excedente está dentro dos limites permitidos pela Justiça, que autorizou o Estado a internar 15% a mais além da capacidade. “Há condições de abrigá-los”, disse.
A opinião não é compartilhada por André Alcântara, advogado da Fundação Criança. Para ele, enquanto o número não for reduzido, o risco de confrontos será grande. “Há muitos reinscidentes lá. A tendência é a situação se repetir caso eles vejam que não há melhoras quando retornam.”

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Familiares de presos protestam na frente da recém inaugurada Penitenciária

Familiares de presos protestam na frente da recém inaugurada Penitenciária
3/7/2012
Impressão
http://www.ilustrado.com.br/2011/ExibeNoticia.aspx?Not=Familiares%20de%20presos%20protestam%20na%20frente%20da%20rec%C3%A9m%20inaugurada%20Penitenci%C3%A1ria&NotID=26396
Cruzeiro do Oeste - Recém inaugurada, a Penitenciária de Cruzeiro do Oeste (Peco) já é alvo de protesto de familiares dos presos que lá já estão. A manifestação começou na sexta-feira, quando um grupo de mais de 30 pessoas, entre mulheres, mães, irmãos e amigos dos detentos, fretaram um ônibus em Umuarama e foram à Peco pedir melhores condições de sobrevivência para eles.
Na tarde de ontem, eles voltaram para a frente da penitenciária e continuaram com o protesto. “Aqui não tem nenhuma estrutura para receber os presos. Falta assistente social, assistente jurídico. Não tem médico. Até água para eles tomar banho está faltando. Estamos aqui desde às 13 horas e o almoço chegou somente às 16 horas, isso é um absurdo”, reclamou a mulher de um preso. Uma mãe de outro preso disse que detentos que estavam passaram pela Peco e foram transferidos para a Penitenciária de Piraquara falaram que foram mal tratados pelos agentes penitenciários. “Queremos que uma Comissão de Direitos Humanos venha verificar essa denúncia. Nossos filhos não merecem esse tipo de tratamento. Desde quando eles chegaram aqui estão com a mesma roupa íntima e com o mesmo uniforme. Não podemos visitá-los e nem entregar nada para eles, estamos sem contato algum”, conta a mãe. “Fomos ao Fórum tentar falar com a juíza e ela não nos recebeu. Então viemos aqui para a frente da penitência protestar. Aqui os agentes disseram que as visitas vão começar só depois da triagem de todos os presos, que demorar mais de 30 dais. Não concordamos com isso”, reclamou outra manifestante.
A equipe de reportagem do Ilustrado tentou falar com o diretor geral da Peco, Edgar Banhos, mas ele não estava na penitenciária, segundo assessores. Durante a manifestação, que foi pacifica, a juíza Helênica Sperotto, da Vara de Execuções Penais de Cruzeiro do Oeste esteve na Peco para conversar com os detentos. Policiais Militares acompanharam de perto a movimentação.