Com queda no número de detentos, Suécia fecha quatro prisões
Quantidade de presos diminuiu cerca de 6% entre 2011 e 2012; país tinha, há um ano, 67 detentos para cada 100 mil habitantes
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O número de prisioneiros na Suécia diminuiu tanto nos últimos dois anos que as autoridades decidiram fechar quatro prisões e um centro de detenção preventiva, segundo informou nesta segunda-feira (11/11) o jornal britânico The Guardian.
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“Nós vimos um declínio fora do comum no número de presos”, afirmou Nils
Öberg, chefe da prisão e de serviços de liberdade condicional da
Suécia. “Agora temos a oportunidade de fechar uma parte da nossa
infraestrutura, da qual não precisamos mais nesse momento”.
[Prisão de Långholmen, na Suécia. País investe em reabilitação de presos]
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O número de presos suecos estava diminuindo a uma taxa de 1% ao ano
desde 2004. Entre 2011 e 2012, entretanto, essa queda foi de cerca de
6%, e a expectativa é que continue assim neste ano e no próximo, segundo
Öberg. Como consequência, quatro prisões foram fechadas neste ano, nas
cidades de Åby, Håja, Båtshagen e Kristianstad. Duas delas provavelmente
serão vendidas e duas serão temporariamente utilizadas por outras
autoridades do governo.
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Apesar de as causas da diminuição acentuada ainda serem desconhecidas,
Öberg afirmou esperar que o menor número de detenções se deva, pelo
menos em parte, ao sistema liberal de prisões da Suécia, que aposta na
reabilitação dos prisioneiros.
O país, segundo o ICPS (Centro Internacional para Estudos Prisionais, na sigla em inglês), tem 82 unidades prisionais: 50 casas de detenção e 32 centros.
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Levando em conta os números de outubro de 2012, a Suécia possuía uma
população total de presos de 6.364, de acordo com o instituto. A taxa é
de 67 presos para cada 100 mil habitantes. Destes, 30% são estrangeiros,
5,8% são mulheres e apenas 0,2% têm menos de 18 anos. No Brasil,
segundo o instituto, a taxa era de 274 por 100 mil em dezembro de 2012.
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Öberg, no entanto, não acredita que a diminuição tão acentuada possa
ser explicada somente pelos esforços investidos em reabilitação. Em
artigo ao jornal sueco DN, em que anunciou primeiramente o
fechamento das prisões, o chefe do sistema prisional afirmou que a
Suécia precisa trabalhar ainda mais na reabilitação dos prisioneiros,
fazendo mais para ajudá-los em seu retorno à sociedade.
Ainda que a previsão seja de diminuição contínua no número de presos, a
Suécia vai manter aberta a possibilidade de voltar a usar duas das
prisões desativadas caso haja um aumento inesperado de detenções. “Não
estamos no ponto de concluir que essa é uma tendência a longo prazo e
que vai ser uma mudança de paradigma”, disse Öberg. “O que temos certeza
é de que a pressão sobre o sistema de Justiça criminal tem caído
acentuadamente nos últimos anos”.
Para Hanns von Hofer, professor de criminologia da Universidade de
Estocolmo, muito da queda nos números das prisões pode ser atribuído a
uma recente mudança na política em relação a sanções probatórias no
lugar de prisões de curta duração para roubos menores, tráfico de drogas
e crimes violentos. Entre 2004 e 2012, o número de detidos por roubo,
tráfico e crimes violentos caiu cerca de 36%, 25% e 12% respectivamente,
disse.
Comparação mundial
Segundo o ICPS, os cinco países com maior número de prisioneiros do
mundo são Estados Unidos, China, Rússia, Brasil e Índia. Os EUA, com
2.239.751 milhões de presos, têm a maior taxa de presos por 100 mil
habitantes do mundo: 716.
Na lista de maior população prisional, a Suécia aparece em 112º lugar.
Os países com menos prisioneiros são San Marino, Liechtenstein, Ilhas
Faroé, Tuvalu e Ilhas Cook.
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